Fabíola Claudino Sampaio alega omissão no atendimento dos bombeiros e aguarda conclusão de inquérito policial 461u3v
A viúva do sargento do Corpo de Bombeiros Militar Anderson Martins Cardoso, Fabíola Claudino Sampaio, entrou com uma ação indenizatória contra o Estado de Santa Catarina e cobra responsabilização de agentes por suposta omissão no atendimento da ocorrência que resultou na morte do militar, em 1º de junho de 2024, em Tubarão. As informações são do jornal Diário do Sul.
Na ocasião, Anderson, de 52 anos, estava de folga e seguia em um carro de aplicativo quando presenciou um homem pular da ponte do bairro Morrotes.
Ele tentou resgatá-lo, mas os dois se afogaram. A vítima era coordenador regional da Defesa Civil e atuava em ações de enfrentamento a eventos climáticos na região.
A advogada da família, Aline Marques, afirma que o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas os agentes teriam demorado a entrar na água.
Segundo ela, vídeos mostram que mais de 1 minuto e 40 segundos se aram entre a chegada da guarnição e a entrada do primeiro agente no rio, enquanto Anderson ainda estava visível. O material também registra conversas indicando falta de preparo e equipamentos.
Dois policiais militares tentaram o resgate antes da chegada dos bombeiros, mas não conseguiram retirar o sargento da água.
O inquérito militar que investigava a conduta dos bombeiros foi arquivado sem responsabilizações.
A investigação criminal segue em andamento na Polícia Civil e trata o caso sob a perspectiva de homicídio doloso por omissão.
“É importante enfatizar que o objetivo da viúva é alertar a corporação de que um erro grave ocorreu, e que não pode se repetir. Existe a necessidade de o Estado rever seus procedimentos e garantir excelência como padrão de atendimento. É muito doloroso perceber que o sargento Anderson dedicou sua vida à corporação, mas não foi salvo por ela quando podia e devia ter sido. Não se trata de desmerecer o trabalho dos bombeiros, mas de convidar à reflexão e à correção de falhas”, explicou a advogada criminalista ao Diário do Sul.
Fabíola, que também deve ingressar com uma ação criminal após a conclusão do inquérito, diz que busca justiça para evitar novos casos semelhantes.
“Essa busca por justiça é, antes de tudo, uma forma de honrar a vida do meu esposo. Ele deu a vida para salvar uma pessoa, e eu respeito a decisão dele. Porém, o mínimo que ele precisava era respeito, que os próprios colegas não tiveram com ele. Talvez achassem que o homem era um suicida, mas todos merecem ser tratados igualmente. A profissão do bombeiro é salvar, não estamos ali para julgar quem merece ser salvo. Não podemos deixar essa história morrer assim ou o ciclo continuará. Só quero que as ações sejam assumidas, responsabilizadas e que erros não sejam encobertos. Eles precisam ser punidos, ou outras famílias poderão ar pelo mesmo”, reforça a viúva.
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